sábado, 28 de março de 2009

Review: CCE NCV-D5H8





Em busca de um notebook, deparei-me com os CCE. Após alguma pesquisa em fóruns, decidi pela compra do modelo Win NCV-D5H8. Vou compartilhar minha experiência com vocês neste pequeno review.



I – Ficha técnica
Processador: Celeron M530 @ 1,73Ghz, barramento 533 Mhz
Cache L2: 1 Mb
Memória RAM: 512 Mb
Disco Rígido (HD): 80Gb Western Digital
Sistema Operacional: Windows Vista Starter Edition
Drive óptico: Samsung TS-L632D (DVDRW)
Chipset: Intel 940GML
Gráfico: Intel 940GMA
Áudio: Intel High Definition Audio, com chipset ALC883 da Realtek
Rede: Padrão RJ-45, 10/100Mbps, chipset Realtek 8139C
Rede sem fio: 802.11 (padrões “b” e “g”), chipset Ralink rt73usb
Modem: Padrão RJ-11
Entradas USB: 3
Leitor de Cartões: MMC, SD, MS e Ms-Pro (Controladora: O2 Micro)
Slot para Expansão: Express Card/54 (Controladora: O2 Micro)
Tela: WXGA Widescreen 14,1” (1280x800)
Teclado: Padrão ABNT2, Português do Brasil.
Touch Pad: 2 botões
Bateria: 6 células (célula Samsung)
Conectores: Microfone/Line-in, fone de ouvido (inclui SPDIF), VGA 15 pinos, S-Vídeo e 01 conector IEEE-1394 (este, com controladora O2 Micro)
Este modelo tem o conjunto de hardware comandado pelas pontes ICH7 da Intel.



II - Impressões
A máquina tem uma configuração honesta em face ao preço pedido no varejo. Vem equipada de fábrica com o Windows Vista Starter (que nem cheguei a validar, tendo instalado imediatamente o Linux Kurumin 7 na máquina). O desempenho no dia-a-dia foi muito bom e a autonomia de bateria foi de 1h45min. Um detalhe: assim que ligo a máquina só com a bateria, ela já entra automaticamente em modo de economia, como forma de aumentar a vida útil da carga. Note que durante este tempo, estive com o BrOffice aberto (escrevendo este review), ouvindo um DVD e com o módulo wireless ligado (embora sem ponto de acesso configurado). Fiz isso de propósito, para testar a bateria, que aliás, pouco esquentou... Atente também para o detalhe que o LCD esteve sempre no brilho máximo (explico isso mais abaixo).
O LCD não apresentou nenhum dead-pixel e o acabamento geral é de boa qualidade, com uma carcaça “rugosa” (sem ser áspera) e resistente. O teclado não apresenta tecla solta ou ondulação, sendo confortável para uso ocasional. Para uso em produtividade, é recomendado um teclado externo. O touch-pad é bem sensível, respondendo prontamente a qualquer toque. Também gostei do painel luminoso, discreto e eficiente. Ele conta com leds indicadores para energia, wireless, carga de bateria, HD, caps-lock, num-lock e modo de economia.

III – Configurações
Além de proporcionar uma configuração razoável, os chipsets/pontes da Intel que integram o micro facilitam a instalação do Linux. Aliás, creio que quanto menos salada de hardware for feita numa máquina (desk ou note) é melhor, pois (em tese) equipamentos de mesmo fabricante tendem a conversar melhor entre si, diminuindo bastante a chance de crash. Os únicos senões que faço ficam por conta de determinados atalhos de teclado (por exemplo, Fn+F8, que diminuiria o brilho do LCD) não funcionarem de primeira. Confesso que não busquei soluções, simplesmente deixando como está por hora, já que uso o note como micro principal, diretamente ligado à energia elétrica. Testei o Ubuntu 7.10 em live-cd e este reconheceu todos esses atalhos. As demais configurações como resolução do vídeo, driver utilizado, bem como o som transcorreram sem percalços (o Kurumin reconheceu e configurou tudo), deixando o micro pronto para uso após a instalação. Não tive como testar o modem ou o sistema wireless devido ao fato de usar internet via ADSL.
Aqui, um parêntese: O Ubuntu reconheceu tudo (inclusive o wireless e os atalhos “Fn”) Como o vídeo Intel suporta 3D, mesmo via live-cd este recurso já foi ativado. Penso que isto deva ao kernel do Ubuntu ser mais novo do que o do Kurumin. Assim, creio que qualquer distribuição com kernel atual "se dê bem" com este note...
Edição: Testei o Mandriva 2008 e o Fedora 8 (últimas versões na data de testes). Já peço que não criemos flames com os resultados, por favor. Vamos aos fatos: a) Mandriva: Instala normalmente, mas quando vou inicializar pela primeira vez, ele trava na deteção/configuração do HAL e daí só sai desligando a máquina; b) Fedora: sequer inicializa o instalador Anaconda... fica procurando um executável na pasta /sbin e não sai mais. Para ambos, confesso novamente que não busquei me aprofundar nos problemas nem buscar possíveis soluções (que sei que existem), por um motivo: agora em abril/2008 todas elas lançarão novos releases
(Kurumin NG, Fedora 9 Sulphur, Mandriva Spring 2008.1 e "família" Ubuntu 8.04 Hardy Heron). Aí vamos testar novamente.

IV - Desempenho
Quando falamos em Celeron ou Sempron, vêm a tona imagens de desempenho muitíssimo fraco. Não é bem assim. Tem me agradado bastante o desempenho da máquina, pois não é “gulosa” para memória RAM: Num momento de pico, ele usou cerca de 270Mb (Firefox aberto com 6 abas, assistindo a um DVD, Gimp, BrOffice, SuperKaramba e Compiz-Fusion ativado). Detalhe interessante é que não usou nada dos 1Gb de swap que reservei no particionamento.
Com os mesmos programas, no entanto com o Compiz desativado, usou 240Mb de RAM, também dispensando o uso do swap. Some-se a isso boa parte das “frescuras” do KDE (transparências, efeitos de menu, etc) estarem ativadas. No boot "seco", ele consome cerca de 90Mb de RAM. Diante disso, mesmo sendo um Celeron com “apenas” 512Mb RAM, ele mostrou-se bem esperto...

V – Pontos fracos
Atrapalhou bastante a disposição de teclas (um pouco diferente do usual). Apesar de ser ABNT2 (com ç), as teclas com os caracteres /, ? e º (barra, interrogação e numeral), não existem separadamente. Ao invés disso, compartilham espaço com as teclas Q, W e E, respectivamente, e são gerados com a combinação Alt da Direita + Tecla. Este fato deixa o usuário (mesmo acostumado a notes) como iniciantes: “catando milho” até se acostumarem.
Outro detalhe que incomoda bastante (em ritmo de produtividade) é o fato de haver um aquecimento (óbvio, devido ao uso contínuo do hardware) sob o punho direito. Usando-se do drive óptico com intensidade, percebe-se o mesmo aquecimento sob o punho esquerdo. Esse aquecimento (em ambos os lados) chega a causar transpiração, que (em tese) poderia cair dentro do equipamento e causar dano.
Não gostei também do posicionamento (frontal) dos conectores de saída para fone de ouvido/SPDIF e de entrada de microfone. Se você (como eu) for usar o note com um desktop-replacement (ou seja, transformá-lo em sua máquina principal), esses cabos causam certa irritação.
Ainda senti falta de um manual mais explicativo (o que acompanha a máquina é muito “pobre”) em pequenos detalhes que fazem falta para um usuário de primeira viagem em notes. Por exemplo: “ao utilizar a energia elétrica eu preciso retirar a bateria?” Ou “será que eu posso abrir e fechar o notebook cada vez que eu for usar?” ou ainda “posso ligar a fonte de alimentação diretamente a uma tomada ou preciso ter um estabilizador?”. Respostas simples a perguntas como essa ajudariam demais os usuários acostumados com desktops a evitar certos aborrecimentos futuros...

VI – Considerações finais
A CCE adquiriu ao longo dos anos 80/90 péssima fama. Mas vencida essa resistência inicial (até porque a fábrica se modernizou e aos poucos e marca vem recuperando algum prestígio) a compra deste notebook foi uma boa escolha. No cômputo geral, vi mais qualidades que defeitos (estes, na sua maioria pequenos).
Outro fator a ser considerado é o preço: paguei R$ 1199,00 divididos em 9 pagamentos sem entrada (adquiri o meu no site das Casas Pernambucanas). Seus principais concorrentes são os Positivo (que vêm na sua maioria com placas e chipsets VIA), os ECS e alguns modelos da STi (Semp Toshiba Informática) e da Microboard, que oferecem menos recursos pelo mesmo preço, além de eventuais incompatibilidades com Linux, se este for seu sistema de escolha. Para finalizar, como notebook de entrada e voltado à atividades quotidianas é uma ótima opção.

Review Original

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